No próximo dia 20, celebraremos o dia internacional da felicidade. Este tema sempre foi muito explorado, principalmente a partir da última década do século passado, onde pesquisadores de todo o mundo se propuseram a estudar o que leva as pessoas a um estado de felicidade e bem estar.

É claro que este é um tema que acompanha a humanidade há muito mais tempo, especialmente na filosofia. No entanto, ganhou força com o desenvolvimento de tecnologias de imagem, que proporcionaram um melhor entendimento do cérebro humano e o nascimento da chamada Psicologia Positiva.

Foi uma mudança de perspectiva porque até então a psicologia, por exemplo, se concentrava em estudos sobre transtornos e doenças mentais, ou seja, sobre fatores “negativos” e não fatores positivos. Psicólogos tinham o papel fundamental de tratar estes transtornos, atuando na cura e prevenção. Entretanto, pouco se falava sobre suas contribuições para a potencialização do bem-estar e da felicidade, promovendo a saúde mental.

Ciência da felicidade: fortalecendo o bem-estar coletivo

Venho lendo muito sobre a chamada ciência da felicidade desde 2014. Muitas vezes me pego pensando que as “descobertas” parecem óbvias. Por exemplo, relacionamentos positivos, engajamento, significado e propósito, e resiliência são fatores fundamentais para o bem-estar e a felicidade. Além disso, não se pode descartar a importância de se ter uma vida saudável. Isso inclui alimentação balanceada, sono reparador e atividades físicas.

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Bom, talvez sejam mesmo óbvias, porque a ciência usa, principalmente, o caminho de testar hipóteses. No entanto, óbvios ou não, esses conhecimentos, hoje comprovados pela ciência, precisam de uma atenção especial. Afinal, temos em nossas mãos as condições para sermos mais felizes e fazermos os outros também mais felizes de forma assertiva.

Organizações e governos já têm informações suficientes para saber por onde começar planejamentos de potencialização do bem-estar e da felicidade. Além disso, estudos indicam que pequenas mudanças de hábitos podem ter grandes efeitos, inclusive na prevenção de transtornos de ansiedade e depressão.

Cabe a cada um de nós fazermos a nossa parte, pois cada pessoa feliz é capaz de fazer outras ao seu redor felizes também.

Shawn Achor, em O Jeito Harvard de Ser Feliz, afirma que ao tentar aumentar nossa felicidade e sucesso, podemos impactar positivamente a vida de mil pessoas ao nosso redor. Ademais ele baseia essa afirmação nos estudos de James Fowler sobre as influências que exercemos sobre outras pessoas. Uma pessoa genuinamente feliz em um ambiente de trabalho pode fazer bem a toda a equipe.

Pequenas ações e propósito para felicidade no dia a dia

Se você quer ser essa pessoa, vão aqui algumas dicas:

Pequenas perguntas podem melhorar o dia de muita gente. Que tal trocar o “tudo bem?” por “o que te aconteceu de melhor hoje?”, por exemplo? Quando você pergunta “tudo bem”, possivelmente a pessoa não vai parar para pensar se está MESMO tudo bem e, se parar, a resposta provavelmente será NÃO, pois dificilmente TUDO estará bem (o que está perfeitamente ok!). Mas se você pergunta o que de melhor aconteceu, você a fará parar para pensar nas coisas positivas e elencar a melhor delas e, desta forma, vai fazer a pessoa reviver em pensamento, esses momentos. Além disso, ao escutar algo bom, pode ser que te faça bem também, desencadeando emoções positivas, um dos pilares das teorias PERMA, SPIRE e 10 chaves para a felicidade, de Martin Seligman, Tal Ben-Shahar e Vanessa King, respectivamente.

Outro pilar convergente em todas as teorias é a questão do propósito. Que tal tirar um tempo para entender o propósito do seu trabalho? E, sendo líder ou par, que tal dividir suas conclusões com o restante da equipe? Vejam alguns exemplos de ressignificação do trabalho:

Propósito e relacionamentos: pilares de felicidade e produtividade

Em Tempos Modernos, o personagem de Charles Chaplin aparece apertando parafusos em uma indústria, um trabalho repetitivo que pode parecer sem propósito algum. No entanto, imagine que ele esteja trabalhando em uma fábrica de ambulâncias. O propósito de seu trabalho pode ser garantir a segurança das ambulâncias, que, por sua vez, salvarão milhares de vidas.

Da mesma forma, uma pessoa que trabalha na construção de prédios residenciais pode ressignificar seu trabalho pensando na segurança que está proporcionando às famílias que ali morarão. Além disso, ela pode refletir sobre os relacionamentos que nascerão naquele ambiente.

Aproveito para trazer um resultado não tão óbvio assim de uma pesquisa realizada em Harvard com mais de 70 anos de duração: você sabia que bons relacionamentos têm correlação positiva com longevidade? E este é outro fator convergente para as teorias da felicidade: Relacionamentos Positivos, ou bons relacionamentos, como os pesquisadores colocam.

Outros estudos indicam que bons relacionamentos é também o fator mais significativo na relação positiva com o trabalho e que ter pelo menos um amigo próximo neste ambiente (isso mesmo, um!), é um fator preditor de produtividade (Gallup, 1999).

Essas três dicas podem parecer simples e óbvias, mas certamente trarão grandes resultados se bem aplicadas no seu dia a dia. A dificuldade aqui não é em perceber a importância ou em aprender com a ciência, mas em praticar com intenção, seriedade e perseverança, porque por mais “intuitivas” que possam parecer, não são exatamente naturais.

Felicidade e Bem Estar_foto da autora

Por Luiza Vidigal, sócia da Felicistart, pioneira na aplicação da Ciência e Gestão do bem estar e Felicidade promovendo maior engajamento e resultados para as organizações.

 

 



🎧 Ouça o Podcast RHPraVocê Cast, Episódio 203: “Como Resgatar a Saúde Mental do Profissional Brasileiro?”
Pesquisas Alarmantes sobre a Saúde Mental no Brasil

Não é difícil encontrar pesquisas e relatórios com estatísticas alarmantes sobre a saúde mental do profissional brasileiro. Seja por questões pessoais ou acontecimentos no trabalho, índices de depressão, ansiedade e tristeza são altos. Esses fatores colocam o Brasil em posições preocupantes nos rankings de incidência. Além disso, com o burnout, o panorama não é diferente.

Mudando o Cenário da Saúde Mental no Trabalho

É possível mudar esse cenário? Sim, é possível. Mas, o que fazer? A psicóloga clínica e organizacional Rosalina Moura, colunista do RH Pra Você, traz um olhar humano à situação. Inegavelmente é um papo obrigatório para todo gestor, líder e profissional de RH, pois Rosalina oferece insights valiosos. Confira!

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