A Geração Z, que são pessoas de 15 a 29 anos, costumam ser muito criticadas quando o assunto é mercado de trabalho, desde o momento da entrevista até de fato estarem em um emprego. O painel "From Clicks to Careers: Marketing & Branding to Recruit GenZ", que assisti presencialmente no evento SXSW, nos Estados Unidos, abordou as mudanças no recrutamento da GenZ. Além disso, explorou suas prioridades, desafios e como as empresas podem se posicionar para atrair esses jovens talentos.

O primeiro ponto levantado foi sobre a estabilidade como fator decisivo para a Geração Z ao escolher um emprego. Katherine Kelly, CMO da Handshake, compartilhou um dado muito relevante. Ela relatou que atualmente possuem cerca de 15,5 milhões de estudantes e ex-alunos ativos no Handshake. Com uma geração que estudou durante a pandemia, destacou que a estabilidade é o fator número um que procuram em um empregador. Notavelmente, 73% afirmam que esse é o aspecto mais importante ao decidir se candidatar a um emprego.

Estratégias para atrair a Geração Z ao mercado de trabalho

Para a GenZ, a busca por estabilidade financeira é acompanhada de outras prioridades na escolha de um emprego. Segundo uma pesquisa do Indeed, além de salário justo, os principais fatores considerados por esses jovens são o equilíbrio entre vida profissional e pessoal (56%) e as oportunidades de crescimento na carreira (53%).

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E você deve estar se perguntando: por quê? A GenZ não está apenas preocupada com o futuro, mas principalmente com o presente, e por isso, almeja estar em um trabalho que possibilite uma vida confortável em seu momento atual.

Neste sentido, as empresas precisam estar bem preparadas e ter estratégias assertivas para atrair a Geração Z para trabalhar.

Os painelistas explicaram que quatro pontos são fundamentais para conseguir esse feito:

  1. Transparência salarial;
  2. Políticas inclusivas de contratação;
  3. Flexibilidade e modelo de trabalho híbrido;
  4. Cultura forte e alinhada com propósitos reais.

Todos esses pontos são essenciais para atrair talentos, fazendo com que tenham interesse pela empresa e se engajem de verdade.

Aprendizado: a chave para engajar e reter a Geração Z

Outro aspecto que se mostrou crucial para a Geração Z foi o desejo por aprendizado e crescimento profissional dentro da empresa. Para essa geração, sucesso na carreira é aprender enquanto trabalha, o que mostra que estão esperando por uma oportunidade para se aprimorar.

Não é apenas sobre transferir conhecimento, mas repassar a frente a experiência e legado das gerações anteriores. A GenZ tem medo de cometer os erros dos pais, e por isso carrega consigo o desejo da prática para além da teoria.

Diante desta realidade, vejo muitos jovens não conseguindo uma vaga por falta de experiência, porém, o que mais querem é aprender. E quando a empresa está disposta a ensinar e reforça que existe possibilidade de alavancagem de carreira, faz com queiram ficar.

Aliado a essa problemática, também percebo que os recrutadores são resistentes para contratarem um profissional recém-formado, o que acaba impedindo essa pessoa justamente de ter uma vivência e uma experiência de fato.

Acredito que tal conduta é prejudicial para o mercado de trabalho de forma geral, já que a falta da vontade das empresas em dar a chance e ensinar impossibilita lapidar um diamante bruto, promovendo eventualmente a retenção daquele talento.

Desafios e soluções para conectar gerações no trabalho

E desta forma, a conta não fecha. São milhares de jovens desempregados com a justificativa que não possuem experiência, mas poucas organizações que de fato abracem esse momento de vida e carreira da juventude.

A verdade é que as empresas precisam entender que não é apenas sobre contratar, mas construir um relacionamento genuíno com os talentos do futuro. Neste cenário, foi debatido como a Geração Alpha, nascidos a partir de 2010, está se integrando no mercado de trabalho. E o ponto que trago para reflexão é: estamos tentando entender a Geração Z, enquanto a Geração Alpha mais velha já faz 14 anos e entra como jovem aprendiz das empresas. Sem contar o trabalho informal, que para muitos jovens em situação de vulnerabilidade, começou bem antes disso.

Atualmente, muitas pessoas enfrentam dificuldades para ingressar no mercado de trabalho por falta de experiência. Outro desafio é a necessidade de adquirir conhecimento contínuo. Nesse cenário, um grande desafio para as empresas é lidar com duas gerações coexistindo com as outras. Isso exige criar times intergeracionais cada vez mais fortes e potentes. Para alcançar esse objetivo, é crucial garantir que a inclusão também promova a diversidade etária, unindo jovens e pessoas mais velhas em harmonia.

Geração Z_foto do autor

Por Luiz Menezes. Aos 24 anos, Luiz é nativo digital, creator, apresentador, empresário e empreendedor, fez parte da co-criação da Pato Academy, empresa com foco em desmistificar hacking e tecnologia através de educação. Recentemente, fundou o InstitutoZ, braço especializado em estudos de comportamento de consumo da Geração Z, feitos pelo olhar de nativos digitais. Atua com comunicação há 7 anos, tendo feito projetos para marcas como Meta, Mondelez, P&G, Disney, Oi e mais.



🎧 Ouça o episódio 143 do RH Pra Você Cast:

“Inclusão 50+: Oportunidades e Desafios para o Futuro do Trabalho”

O episódio 143 do RH Pra Você Cast mergulha no tema da inclusão etária no ambiente profissional e a construção dos times intergeracionais. Com o título provocativo “Inclusão 50+, bom para o presente e para o futuro (de todos nós)”, exploramos como a coexistência de diferentes gerações pode ser uma força motriz para empresas e profissionais.

O Dilema das Gerações
  1. O Questionamento Pessoal: Imagine-se daqui a cinco ou dez anos. Essa reflexão, frequentemente feita em processos seletivos, não é simples. Especialmente para o público 50+, que enfrenta estereótipos e incertezas quanto ao futuro profissional.
  2. O Choque Geracional: Pesquisas indicam que a interação entre gerações é benéfica para todos. Contudo, como garantir que os profissionais mais experientes não sejam deixados para trás?
Mudando o Panorama
  1. Inclusão como Prioridade: Precisamos mudar a narrativa, pois a inclusão de profissionais 50+ não é apenas uma questão de justiça social. Inegavelmente é também estratégica para as empresas.
  2. Vantagens da Mescla Geracional: A diversidade etária traz criatividade, resiliência e diferentes perspectivas. Como podemos aproveitar esses benefícios?
Conversa com um Especialista

Neste episódio, tivemos a honra de entrevistar Mórris Litvak, Fundador e CEO da Maturi. Com efeito, ele compartilhou insights sobre como desenvolver mecanismos de inclusão e promover um ambiente de trabalho que valorize todas as idades.

🎧 Clique no app abaixo e ouça o episódio completo! Descubra como a inclusão 50+ é uma oportunidade para todos nós construirmos um futuro profissional mais rico e diversificado.

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