O modelo de gestão vertical não funciona mais: é preciso gerar conexão entre colaboradores e lideranças
A forma como as organizações gerenciam seus times tem passado por transformações significativas. Aquele modelo de gestão vertical, com hierarquias rígidas e pouca interação entre líderes e colaboradores, tem se mostrado ineficaz para atender às demandas do mercado atual.
Isso porque um estudo feito pela The School of Life, em parceria com a Robert Half, indicou que 35% dos profissionais não sentem conexão com seus líderes diretos, e, desses, 18,45% acreditam que essa desconexão impacta negativamente o desempenho, a motivação e o engajamento no trabalho.
O fim da gestão vertical
No passado, muitas organizações operavam sob um modelo de comando e controle, em que as decisões eram tomadas exclusivamente pela alta gestão e repassadas de forma unidirecional. Esse modelo, porém, me parece contraproducente, pois não favorece a colaboração, a inovação e o desenvolvimento dos profissionais.
Uma liderança distante e inacessível pode gerar desconforto e insegurança nos colaboradores, impedindo que eles se sintam parte do processo e contribuam com ideias inovadoras.
Hoje, com a transformação digital e a chegada de novas gerações ao mercado, há uma necessidade crescente de um ambiente mais dinâmico, participativo e flexível. A tendência agora é um modelo de liderança mais horizontal, que incentiva a participação ativa e a troca constante entre equipes e gestores.
Nesse contexto, vejo que a relação entre líderes e equipes é determinante para a motivação e a produtividade, pois quando um profissional não se sente conectado ao seu líder, diversos problemas podem surgir, como:
- Baixo engajamento: funcionários sem vínculo com seus gestores tendem a se sentir desmotivados e pouco comprometidos com os objetivos da empresa.
- Redução da produtividade: a ausência de uma liderança acessível pode dificultar a execução de tarefas e a solução de problemas.
- Aumento do turnover: profissionais que não se sentem reconhecidos ou valorizados buscam novas oportunidades no mercado.
- Clima organizacional negativo: um ambiente de trabalho sem diálogo e empatia pode gerar estresse, insatisfação e conflitos internos.
Práticas para fortalecer a conexão entre líderes e equipes
Para promover uma gestão mais humanizada, os líderes precisam adotar estratégias que incentivem a proximidade com seus times. Algumas práticas essenciais incluem:
- Estar presente no dia a dia dos colaboradores para ouvir e compreender suas necessidades;
- Fomentar uma cultura de feedback constante que promova trocas construtivas de maneira transparente;
- Reconhecer e valorizar os esforços individuais e coletivos, criando um ambiente de motivação e pertencimento;
- Incentivar o trabalho colaborativo que estimule a coesão da equipe por meio de metas e desafios compartilhados.
O papel da comunicação e do feedback
Uma comunicação aberta e eficiente é a base de qualquer relacionamento profissional saudável. Líderes que mantêm um canal de diálogo acessível com suas equipes conseguem identificar desafios, alinhar expectativas e engajar os colaboradores.
O feedback contínuo, por sua vez, é uma ferramenta poderosa para o desenvolvimento individual e coletivo. Quando bem estruturada, essa devolutiva permite que os profissionais compreendam suas fortalezas e pontos de melhoria, aumentando a confiança e o desempenho.
Como Pessoas e Cultura pode apoiar uma liderança mais humanizada?
A área de gestão de pessoas desempenha um papel estratégico na transformação da cultura organizacional. Algumas iniciativas que podem ser implementadas incluem:
- a capacitação de líderes para que desenvolvam habilidades de comunicação, empatia e gestão de pessoas;
- o fortalecimento do vínculo entre líderes e equipes com programas de mentorias;
- pesquisas de clima organizacional para identificar pontos de melhoria e promovendo ações corretivas; e
- políticas de incentivo ao bem-estar que garantam que a saúde emocional dos profissionais seja priorizada.
As organizações que investem na conexão entre líderes e colaboradores colhem resultados positivos em desempenho, retenção de talentos e inovação. Como líderes, temos o desafio e a responsabilidade de transformar a cultura empresarial, tornando-a mais humanizada e eficiente para todos.
Por Rennan Vilar, diretor do departamento de Pessoas & Cultura do Grupo TODOS Internacional.
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No episódio mergulhamos nas tendências que moldam o mundo do trabalho neste ano. Enquanto alguns colaboradores resistem a abandonar o trabalho híbrido ou o home office, muitas organizações anseiam pelo retorno ao “velho normal” – a jornada 100% presencial. Mas será que o “novo normal” está perdendo força?
O Debate: “Velho Normal” versus “Novo Normal”
- Trabalho Híbrido e Home Office: A resistência persiste. Com efeito, alguns colaboradores adoram a flexibilidade do trabalho remoto, enquanto outros anseiam pelo ambiente do escritório. Então, como equilibrar essas preferências?
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