Por que algumas empresas são amadas e outras perdem talentos?

Em um mercado onde a disputa por talentos se tornou tão estratégica quanto a disputa por clientes, algumas empresas se destacam como lugares desejados para trabalhar, enquanto outras enfrentam altos índices de turnover e dificuldades em atrair profissionais qualificados.

O que faz essa diferença? Salário e benefícios são importantes, mas não explicam tudo. Se fossem os únicos fatores determinantes, não veríamos empresas no mercado perdendo talentos para concorrentes com remunerações semelhantes – ou até menores.

A verdadeira vantagem competitiva está na experiência do talento tanto no processo seletivo, quanto no dia a dia ao longo de sua carreira na empresa. 

Muitas companhias ainda veem o employer branding apenas como uma estratégia de atração de talentos. Esse foco está em campanhas de recrutamento, sem entender diferenciais além de salários e benefícios.

Fatores-Chave para um EVP competitivo

No entanto, um trabalho estruturado de EVP (Employee Value Proposition) pode fazer a diferença. Ele ajuda a empresa a criar uma narrativa de marca empregadora condizente com os verdadeiros bastidores da empresa. Além disso, entender os atributos da sua marca e como eles se materializam no dia a dia é essencial. Isso proporciona uma experiência que engaja ainda mais os talentos.

RH TopTalks

Na pesquisa Loved Companies 2024, ouvimos 865 profissionais de diferentes setores do país. Com isso, identificamos três principais fatores que tornam uma empresa mais desejada para trabalhar, com o objetivo de entender elementos essenciais para um EVP competitivo nos dias de hoje.

  • Clima organizacional positivo (18%)
  • Transparência na comunicação (16%)
  • Autonomia no trabalho (12%)

O impacto da liderança e os fatores de retenção de talentos

Outra descoberta foi o impacto da liderança na retenção de talentos. A pesquisa revelou que transparência na comunicação (16%) e valorização e reconhecimento (10%) estão entre os fatores mais determinantes para a satisfação dos colaboradores. Ademais, reforça a importância de uma gestão que escuta e envolve seus profissionais no dia a dia da empresa.

Isso nos leva a uma reflexão. Quantas empresas realmente preparam seus líderes para serem embaixadores da marca empregadora? Não basta que o CEO tenha um discurso inspirador sobre como é trabalhar na empresa. Se a liderança direta não transmite a cultura nas suas decisões, a experiência do colaborador não será positiva e nem terá credibilidade.

O líder precisa ser o primeiro defensor da marca empregadora. Se ele não praticar os valores da empresa, nenhuma estratégia de comunicação vai convencer os funcionários de que aquela cultura é real.

Outro dado relevante da pesquisa mostra que os principais motivos para a saída de profissionais não estão relacionados apenas à remuneração. Os três fatores mais citados como motivadores de pedidos de demissão foram:

  • Remuneração ruim (45%) 
  • Ausência de plano de carreira (30%) 
  • Sobrecarga de trabalho (15%)

Retenção de talentos: estratégia organizacional e inteligência artificial

Isso reforça que a retenção de talentos é mais uma questão de estratégia organizacional do que de política salarial. Portanto, empresas que não estruturam trajetórias de crescimento e valorização profissional correm o risco de perder seus melhores talentos.

Eles acabam indo para organizações que oferecem um ambiente mais saudável e transparente. Além disso, esse fator vai ganhar cada vez mais relevância em um contexto de inteligência artificial. Nesse contexto, os colaboradores estão preocupados e mais exigentes em relação à forma com que a empresa vai oferecer iniciativas de desenvolvimento para seus times.

As empresas mais admiradas do ranking Loved Companies 2024, como Natura, Vale e Grupo Boticário, não chegaram ao topo por acaso. Elas constroem estratégias contínuas para fortalecer sua cultura organizacional. Ademais, se preocupam em promover uma experiência interna tão bem estruturada quanto a percepção externa da marca empregadora. Não basta criar histórias, é preciso que os talentos as vivam de verdade. 

A pergunta que fica é: sua empresa está apenas construindo marca superficial ou realmente criando uma marca real com uma cultura que retém e engaja talentos?

talentos_foto da autora

Por Angélica Madalosso, CEO e cofundadora da ILoveMyJob, com mais de 15 anos de experiência em Endomarketing, Comunicação Interna e Employer Branding. Formada em Relações Públicas e pós-graduada em Planejamento de Comunicação Organizacional e Marketing Digital.

 

 



🎧 No episódio 168 do RHPraVocê Cast, mergulhamos na discussão sobre a presença dos sentimentos emocionais no ambiente corporativo. Por que esse tema é tão espinhoso? E como as emoções afetam o engajamento, a produtividade e as finanças das empresas?

O Desafio de Abordar Emoções no Trabalho

Falar sobre os sentimentos emocionais no escritório é como navegar por um território delicado. Afinal, a felicidade, a tristeza e outras emoções permeiam cada aspecto da jornada profissional. Mas como lidar com elas de forma construtiva?

O Papel do Líder e do RH

Nossa conversa destaca o papel crucial dos líderes e do departamento de Recursos Humanos. Certamente, eles têm a responsabilidade de criar um ambiente onde as emoções sejam reconhecidas, compreendidas e gerenciadas. Afinal, emoções impactam diretamente o desempenho e o bem-estar dos colaboradores.

Entrevista com Especialistas

Neste episódio, convidamos duas especialistas da Coppead/UFRJ: Paula Chimenti, Professora e Coordenadora do Centro de Estudos em Estratégia e Inovação, e Fernanda Souza, doutoranda e pesquisadora. Assim elas compartilham insights valiosos sobre como abordar o tema dos sentimentos emocionais nas organizações.

Confira o episódio completo. Em suma, descubra como a gestão dos sentimentos emocionais pode ser um diferencial competitivo para as empresas!

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