Nos dias de hoje, é quase inevitável não se sentir constantemente ‘ocupado’. Com tantas responsabilidades, compromissos e a pressão para sempre parecer produtivo, é fácil cair na armadilha do fake busy.
Você, como eu, já se pegou correndo de uma tarefa para outra, sem realmente se aprofundar em nada? Ou se pegou terminando o dia exausto, mas com a sensação de que, no fundo, não fez nada de verdadeiramente importante?
Mas a questão não está apenas no trabalho. O fake busy afeta tudo. Nos nossos relacionamentos, na nossa saúde mental, no modo como gastamos nosso tempo pessoal... O que estamos realmente fazendo com esse tempo? Estar ocupado é, de fato, o mesmo que ser produtivo?
O Que é Isso?
O fake busy se refere a uma situação mais comum do que imaginamos, quando a pessoa aparenta estar ocupada e produtiva, mas na realidade não está, e na realidade está envolvida em atividades de pouco ou nenhum impacto significativo.
É algo muito inconsciente. Muitas vezes, mantemos uma agenda cheia de compromissos, sem perceber. Não é só sobre estar sempre correndo atrás de algo; é sobre saber o que realmente importa.
E essa prática não se limita ao trabalho presencial ela está fortemente representada também home office, o pós pandemia, transformou as relações família, casa, trabalho e a linha entre estar ocupado e realmente produzir pode ser borrada.
Há uma pressão invisível para estar "sempre no modo trabalho", seja onde for. Mas será que isso é mesmo produtivo? Ou estamos apenas passando o tempo sem focar no que realmente importa?
O Fake Busy
Se engana quem não acredita que ele está infiltrado, nas nossas vidas pessoais, de formas muito sutis. Quantas vezes você marcou compromissos, apenas para manter uma "aparência de produtividade" ou para não ser visto como alguém "que não tem nada para fazer"?
Talvez tenha trocado o tempo com a família para responder um e-mail ou se envolveu em uma reunião interminável, deixando de lado um momento precioso de lazer ou autocuidado.
Essa falsa sensação de estar ocupado não afeta apenas o trabalho. Ela pode prejudicar nossos relacionamentos e nossa saúde mental.
O medo de parecer improdutivo faz com que nos entreguemos a tarefas que não trazem valor algum, ou até mesmo que negligenciamos o que realmente importa em nossas vidas.
Características do Fake Busy
- Prioridades Irrelevantes: Você já gastou mais tempo arrumando a casa ou respondendo a mensagens que não precisavam, e realmente aproveitando um momento de descanso ou lazer com quem ama?
- Aparência de Ocupação: Quando você realiza tarefas apenas para mostrar que está fazendo algo, sem, de fato, criar algo de impacto.
- Multitarefa Ineficiente: Quantas vezes você esteve em uma conversa, mas estava mais atento ao celular do que à pessoa que estava ao seu lado?
Por Que Fazemos Isso?
A resposta está na pressão subliminar da sociedade, aquela que valoriza mais o tempo que passamos "ocupados" do que o que conseguimos realmente entregar.
Existe um paradigma cultural enraizado, de que quanto mais tempo passamos trabalhando, mais valiosos somos. Temos medo de parecer que não temos nada para fazer, como se isso fosse um reflexo de nossa falta de valor.
Cultura do estar sempre ocupado
Ela é extremamente prejudicial para nossa saúde mental. Expectativas sociais muitas vezes nos pressionam a cumprir papéis que não fazem sentido ou não agregam à nossa verdadeira felicidade.
Estando constantemente ocupados, esquecemos de avaliar se estamos realmente fazendo o que é mais importante para o nosso bem-estar, realmente o que gostamos de fazer, algo que seja visceral.
Seus Impactos
O fake busy é um ciclo vicioso. A curto prazo, pode parecer que estamos conquistando algo, mas o impacto a longo prazo é devastador.
Você já se sentiu exausto no final do dia, mas ao olhar para a sua lista de tarefas, percebe que nada foi concluído de fato? Essa sensação de estar ocupado, mas não realizado, afeta profundamente nossa saúde mental e a nossa sensação de bem-estar.
As empresas ainda discutem a questão da "ocupação constante" acabando por criar um ambiente desfocado em resultado, e as relações entre líderes e colaboradores .
É possível sair dessa armadilha.
Aqui estão algumas maneiras de começar:
- Defina Prioridades: Pergunte-se: o que realmente importa?
- Adote a Mentalidade de Trabalho Inteligente: Qualidade é mais importante que quantidade.
- Estabeleça Limites: Tenha coragem de dizer "não" para coisas que não contribuem para o seu bem-estar e objetivos reais.
- Promova uma Cultura Saudável: Esteja onde for, crie um ambiente onde se valorize a entrega e a qualidade do que é feito, não apenas o tempo gasto.
O fake busy nos ensina uma lição importante:
Nosso tempo é precioso demais para ser desperdiçado com o que não importa. A verdadeira produtividade não está em parecer ocupado, mas em fazer o que realmente faz a diferença.
Ao refletirmos sobre como usamos nosso tempo, podemos focar no que realmente importa – tanto no trabalho quanto na nossa vida pessoal.
Então, da próxima vez que você se sentir “ocupado demais”, pare e se pergunte: Estou realmente fazendo o que importa? Ou só pareço estar ocupado?
Por Ricardo Voltan, Empresário | Empreendedor 50+ | Conselheiro de Empresas | Investimento | Investidor Anjo | Jurado Startup World Cup.
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