O poder dos funcionários “descontentes” na mudança corporativa
Quando um funcionário da Ambev criticou a política de home office em um post viral, a empresa não o silenciou, mas sim promoveu-o a líder de um comitê de flexibilidade laboral. Esse caso não é isolado: está impulsionando uma mudança corporativa, redefinindo o papel do RH na era da transparência radical.
1. Employee Advocacy: Funcionários como Embaixadores da Verdade
A tendência de employee advocacy (funcionários como embaixadores) ganhou força em 2025, especialmente no LinkedIn. Consequentemente, empresas como a Ambev estão descobrindo que colaboradores que expressam críticas construtivas podem ser agentes de mudança.
2. Vulnerabilidade como Estratégia de Atração de Talentos
A vulnerabilidade tornou-se um trunfo. Como resultado, empresas que encorajam críticas públicas, como no caso da Ambev, atraem profissionais que valorizam autenticidade.
Um relatório da Deloitte aponta que 84% dos millennials preferem trabalhar em organizações onde possam questionar abertamente as políticas internas. Em contraste, esse cenário difere dos modelos hierárquicos tradicionais, que tendem a limitar esse tipo de participação.
Dica ousada: Promova sessões de "feedback reverso", onde líderes recebem avaliações em tempo real dos subordinados. Por exemplo, a Power Home Remodeling usa plataformas digitais para integrar essas críticas em treinamentos de liderança.
3. Diversidade e Engajamento: O Caso do Divercidade Hub
Felipe Kaufmann, especialista em diversidade, revela que empresas com equipes multiculturais têm 2,5x mais chances de inovar. Ademais, no LinkedIn, posts de funcionários que compartilham experiências de inclusão viralizam 40% mais rápido, o que contribui para a construção de uma imagem corporativa autêntica.
Por exemplo, a campanha da Nestlé Brasil destacou colaboradores LGBTQIA+, que narraram desafios profissionais em vídeos curtos. Como resultado, essa iniciativa gerou 500 mil visualizações em apenas uma semana.
4. Tecnologia e Transparência: Ferramentas que Amplificam Vozes
Plataformas estão sendo usadas para canalizar críticas construtivas. Por Exemplo, A Embratel implantou um sistema de análise de sentimentos em tempo real, identificando insatisfações antes que se tornem crises. Dados mostram que empresas que adotam essas tecnologias reduzem o turnover em 30%.
5. Caso Real e Lições Aprendidas
- Ambev: O colaborador que criticou o home office foi promovido a líder de um comitê de flexibilidade, resultando em um modelo híbrido adotado por 80% das filiais.
Conclusão: Por Que Isso Funciona?
Funcionários "descontentes" são termômetros da cultura organizacional. Inegavelmente, empresas que os escutam não apenas evitam crises, mas descobrem oportunidades de inovação, como mostra o caso da Ambev.
A chave está em transformar críticas em colaboração, usando ferramentas digitais e uma liderança disposta a abraçar a vulnerabilidade.
Nota: A valorização de críticas construtivas não significa incentivar reclamações infundadas. O caso da Ambev destaca feedback propositivo, com foco em soluções e diálogo transparente.
A chave é, critique para construir, nunca para destruir. Empresas que adotam essa cultura costumam ter canais estruturados de escuta (ex.: pesquisas de clima, comitês de colaboradores), evitando que insatisfações virem ruído.
Por Gerson Pereira, Gerente Geral | Gerente Operacional | Planejamento Estratégico | Gerente de Projetos e Processos.
🎧 Ouça o episódio 201 do podcast RH Pra Você Cast: “Como construir uma cultura digital poderosa para o seu negócio?“
A Importância da Cultura Organizacional
Que a construção de uma boa cultura organizacional é um verdadeiro diferencial para toda e qualquer empresa não é novidade. Contudo, é possível subir um degrau a mais no aspecto cultural quando os elementos digitais impactam diariamente a rotina de cada colaborador.
O Case do Itaú Unibanco
Para entender como uma cultura digital poderosa pode ser construída, o case do Itaú Unibanco é um exemplo a ser seguido. Com efeito, Tatyana Montenegro, Diretora de Recursos Humanos, fala sobre o tema ao lado dos jornalistas Daniel Consani e Noelle Neves. Enfim, confira o episódio, clicando no link abaixo:
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