Fingir estar ocupado está virando o “novo normal” para a Geração Z no mercado de trabalho
Nos últimos tempos, o mundo corporativo tem sido impactado por uma nova tendência que, embora não seja inédita, vem ganhando destaque devido à sua popularização entre os jovens profissionais: o Task Masking. Impulsionada pela Geração Z, essa prática consiste em simular ou exagerar tarefas no trabalho para criar a ilusão de produtividade.
O fenômeno, que viralizou no TikTok, já acumula mais de 1,1 milhão de visualizações nos últimos seis meses. Embora os dados sobre o tema sejam recentes, a prática é bem conhecida por quem vive o dia a dia nas grandes empresas.
O fenômeno cresce com o retorno ao escritório imposto por grandes corporações, como AT&T e Amazon. Além disso, elas intensificam a pressão para que os funcionários demonstrem atividade constante. Esse comportamento, por mais curioso que pareça, reflete um desconforto gerado pelas exigências de um modelo de trabalho tradicional. Esse modelo, focado na aparência de produtividade, causa insatisfação.
Desconexão e rigidez corporativa: impactos na geração Z
Consequentemente, a Geração Z, altamente conectada e informada, reage a essa rigidez com práticas como essa. Elas representam uma tentativa de lidar com um sistema que exige mais do que o razoável. Por outro lado, esse sistema não oferece a flexibilidade necessária para que os colaboradores se sintam verdadeiramente engajados.
No entanto, a resistência das lideranças diante dessa tendência revela um problema ainda mais profundo. Segundo uma pesquisa de 2023 da ResumeBuilder, 74% dos gestores consideram os profissionais da Geração Z os mais difíceis de gerenciar. Ademais, eles apontam como principais razões a falta de independência e o alto índice de desligamentos nos primeiros meses de trabalho.
O estudo também indicou que 54% dos profissionais dessa geração são demitidos nos primeiros 90 dias. Esses números não devem ser ignorados, pois indicam que a questão vai além da simples imitação da produtividade. Por conseguinte, ela reflete uma desconexão entre as expectativas das corporações e a realidade das novas gerações.
O questionamento sobre por que tantas pessoas fingem estar ocupadas, em vez de simplesmente realizarem suas tarefas, é legítimo. A verdade é que o Task Masking surge justamente como uma resposta à rigidez e ao controle excessivo das grandes empresas.
Reavaliando produtividade e bem-estar no trabalho
Para a Geração Z, o trabalho não se resume a cumprir tarefas, mas a construir um ambiente que valorize a autonomia, o bem-estar e o reconhecimento genuíno. Esse fenômeno se configura como um protesto silencioso contra um sistema que, muitas vezes, prioriza o estar ocupado em detrimento do ser produtivo.
Contudo, o Task Masking não é uma exclusividade dos mais jovens. Uma pesquisa da Workhuman, especializada em gestão de talentos, revelou que 67% dos trabalhadores afirmam não simular atividades. No entanto, entre os que admitem essa prática, 69% garantem que isso não afeta seus resultados, e 48% se consideram profissionais acima da média.
Curiosamente, o fenômeno também afeta os gestores: quase 40% dos executivos e 37% dos gerentes confessam ter falsificado sua produtividade. Esse dado levanta uma questão importante: será que o problema está nas expectativas que as empresas criam ou nas pressões internas que incentivam essas atitudes?
Portanto, é necessário repensar o que significa ser produtivo em um mundo corporativo que valoriza tanto as aparências. A solução para o problema da falsa produtividade não está em punir ou estigmatizar aqueles que simulam estar ocupados. Em vez disso, está em construir ambientes de trabalho onde a qualidade do trabalho e o bem-estar dos colaboradores sejam prioridades.
A Geração Z, com suas novas formas de se relacionar com o trabalho, nos convida a refletir sobre o conceito de produtividade. Ademais, sugere que busquemos uma abordagem mais humana e flexível para o futuro do trabalho.
Por Marcello Amaro, CHRO da P3, uma plataforma de gestão de pagamentos para mais de 2000 empresas da América Latina.
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CLT Premium: Moda ou Transformação Necessária na Cultura de Trabalho Brasileira?
Você já ouviu falar em CLT Premium? Então, este conceito, que recentemente ganhou força nas redes sociais, representa uma mudança significativa na forma como os benefícios são oferecidos aos profissionais. Certamente, não se trata de “ostentação”, mas sim de proporcionar mais conforto e valorização aos colaboradores.
O Que é CLT Premium?
A CLT Premium remete a uma nova abordagem na oferta de benefícios, focada em proporcionar mais conforto e valorização aos colaboradores. Em suma, este conceito tem ganhado popularidade nas redes sociais e está mudando a forma como as empresas pensam sobre benefícios.
Integração da CLT Premium nas Organizações Brasileiras
Será que esse conceito pode facilmente integrar a realidade das organizações brasileiras? Nesse sentido, Bruno Carone, CEO da Férias &Co, nos conta mais sobre essa tendência e suas implicações para o mercado de trabalho.
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