As novas diretrizes sobre Burnout: Impactos nas empresas e cuidados essenciais do RH
O burnout ganhou outra dimensão dentro das empresas depois que foi reconhecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como doença ocupacional. Diante dessa nova realidade, as empresas devem seguir as diretrizes sobre Burnout e tratar o burnout como uma questão organizacional, não mais como um problema individual. Além disso, elas precisam implementar ações preventivas e corretivas para enfrentar esse problema.
Os números de ações na Justiça do Trabalho só crescem
Os números de ações na Justiça do Trabalho só crescem. Entre 2020 e 2022, foram registrados mais de 4 mil processos relacionados à síndrome de burnout, um aumento alarmante de 72% em comparação com o período de 2017 a 2019.
Os trabalhadores afetados frequentemente buscam indenizações por danos morais, reintegração ao emprego ou realocação de função. O Estado de São Paulo lidera o ranking, com 1.925 processos em andamento.
Além do crescimento no número de ações, os pedidos de indenização estão cada vez mais altos, muitas vezes acompanhados de solicitações de pensão vitalícia. Dependendo do valor da condenação, o impacto financeiro pode ser devastador, colocando a sobrevivência da empresa em risco.
Investir na prevenção do burnout não é apenas uma questão de responsabilidade social, mas também uma estratégia essencial para proteger a sustentabilidade do seu negócio.
Como as novas diretrizes afetam as empresas?
Com a atualização das normas trabalhistas e da legislação sobre saúde ocupacional, as empresas adotarão medidas mais rigorosas para evitar o esgotamento profissional de seus colaboradores. Ademais, essas medidas serão essenciais para garantir a saúde e o bem-estar dos funcionários. Algumas das principais mudanças incluem:
- Responsabilidade da Empresa – O reconhecimento do burnout como um problema relacionado ao ambiente de trabalho aumenta a responsabilidade legal das empresas. Isso significa que falhas na gestão do bem-estar dos empregados podem resultar em ações trabalhistas e até mesmo em sanções administrativas.
- Exigência de Programas de Prevenção – Organizações investirão em políticas estruturadas para reduzir os riscos de burnout. Além de implementar programas de saúde mental, elas oferecerão treinamentos para líderes e adotarão práticas que favoreçam o equilíbrio entre vida pessoal e profissional.
- Monitoramento e Relatórios – Empresas terão que demonstrar maior transparência sobre a carga de trabalho e as condições de saúde mental dos colaboradores. Consequentemente, podem ser exigidas auditorias e relatórios sobre medidas adotadas para mitigar o risco de esgotamento.
- Mudanças na Gestão de Jornada – A flexibilização de horários, controle mais eficaz de horas extras e a possibilidade de trabalho remoto em alguns casos são aspectos fundamentais para evitar sobrecarga. Como resultado, isso ajudará a reduzir o estresse excessivo.
Cuidados essenciais do RH para evitar riscos legais
Diante desse novo cenário, o setor de Recursos Humanos precisa adotar estratégias eficientes para minimizar riscos e garantir um ambiente de trabalho saudável. Algumas ações essenciais incluem:
- Acompanhamento Contínuo – Realizar pesquisas de clima organizacional e avaliações periódicas para identificar fatores de risco e corrigi-los antes que se tornem problemas mais graves.
- Adoção de Modelos Flexíveis – Sempre que possível, oferecer opções de trabalho remoto, horários alternativos e maior autonomia para que os colaboradores possam equilibrar suas demandas pessoais e profissionais.
- Apoio Jurídico e Compliance – Trabalhar em conjunto com o departamento jurídico para garantir que as políticas adotadas estejam em conformidade com a legislação trabalhista e reduzir riscos de passivos trabalhistas.
As novas diretrizes sobre burnout trazem desafios, mas também oportunidades para que as empresas revisem sua cultura organizacional e invistam na saúde mental de seus colaboradores.
O RH tem um papel fundamental nesse processo, garantindo que as políticas sejam aplicadas de maneira eficaz e que o ambiente de trabalho favoreça a produtividade sem comprometer o bem-estar dos profissionais.
Criar um ambiente de trabalho saudável, implementar políticas de bem-estar e oferecer suporte psicológico são medidas fundamentais. Consequentemente, essas ações evitam processos e preservam a saúde da empresa e dos colaboradores.
Dessa forma, além de evitar ações trabalhistas, as empresas poderão construir um espaço mais saudável e sustentável para todos.
Por Fernanda Miranda, sócia no Duarte Tonetti Advogados | Especialista em direito do trabalho Consultivo e Contencioso | Prevenção e redução de passivos | Negociações coletivas e sindicais. | Controladoria e gestão.
🎧 Ouça o episódio 197 do Podcast RH Pra Você Cast, “Faz sentido pensar no fim da escala de trabalho 6×1 no Brasil?“.
Jornada de Trabalho 6×1 no Brasil: Viabilidade e Impactos na Saúde e Produtividade
Nos últimos meses, a mobilização em torno do fim da jornada de trabalho 6×1 no Brasil ganhou destaque nas redes sociais. Assim, os profissionais e políticos debatem intensamente essa questão. Mas será que essa mudança é viável para a nossa realidade?
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- A Opinião do Especialista: Conversamos com o Dr. Marcos Medanha, médico do trabalho e autor do livro “O que ninguém te contou sobre Burnout”. Com efeito, ele compartilha insights valiosos sobre os impactos dessa jornada prolongada.
- Produtividade e Qualidade de Vida: Como encontrar o equilíbrio entre produtividade e bem-estar? O que a ciência nos diz sobre o tempo ideal de trabalho?
Confira essa conversa esclarecedora e, dessa forma, descubra como a jornada de trabalho afeta nossa saúde e desempenho profissional.
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