Skill-Based: como a abordagem baseada em conhecimentos está transformando as dinâmicas de trabalho

Nos últimos anos, o conceito de "skill-based organization" ou "organização baseada em habilidades" tem ganhado cada vez mais força no mundo corporativo.

Esse modelo valoriza os conhecimentos individuais e destaca uma visão mais ampla sobre o potencial humano. Ele foca no que cada pessoa carrega como fruto de suas aprendizagens formais e comportamentais.

Além disso, considera as experiências de vida e trabalho como elementos importantes. Em contraste, ele dá menos importância aos requisitos tradicionais comumente exigidos em processos seletivos, como diplomas e títulos de funções.

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Conhecimentos técnicos, como o domínio de novas tecnologias, se destacam, mas não são os únicos a serem considerados. Os conhecimentos comportamentais – como colaboração, adaptabilidade e gestão das emoções – também emergem com crescente relevância.

Esse movimento vai além de uma simples mudança de foco. Ele transforma como as empresas operam internamente, segmentando atividades e distribuindo responsabilidades com base nas capacidades e experiências específicas dos profissionais.

O objetivo é permitir que os colaboradores se conectem a oportunidades alinhadas aos seus conhecimentos e interesses, tanto atuais quanto futuros. Assim, o modelo de trabalho se torna mais flexível e eficaz.

Aos poucos, a antiga gestão baseada em cargos e salários vai sendo substituída pela gestão de contribuições. Ao fazer isto, as empresas ganham muito mais competitividade pelo uso disponível de conhecimentos espalhados por todos os lugares, deixando de lado os silos. E ainda há a beleza de se contar com habilidades do lado de fora da empresa, criando uma vasta rede de conhecimentos disponíveis para a solução de problemas complexos. Em suma, temos um grande ecossistema total de talentos.

A Importância do modelo baseado em conhecimentos

O conceito de uma organização baseada em conhecimentos redefine como as empresas estruturam o trabalho. Assim, elas alocam profissionais com diferentes conjuntos de conhecimentos para tarefas e projetos.

Esse modelo considera as competências específicas de cada profissional e elimina a restrição a cargos fixos. Dessa forma, as organizações promovem mais flexibilidade e eficiência no ambiente de trabalho.

Uma pesquisa global da consultoria Deloitte revela dados significativos. Organizações que adotaram a abordagem baseada em conhecimentos são 63% mais propensas a alcançar resultados positivos. Em comparação, empresas que não utilizam essa abordagem apresentam menor probabilidade de sucesso. Esses dados destacam a eficácia dessa metodologia no ambiente corporativo.

Essas organizações apresentam maior capacidade de colocar talentos nas funções certas (107% mais prováveis), de reter alto desempenho (98% mais prováveis) e de inovar (52% mais propensas). Além disso, essas empresas constroem uma reputação mais forte como lugares para crescer e se desenvolver. Como resultado, têm 98% mais chances de serem reconhecidas por suas boas práticas de desenvolvimento profissional.

Equidade e inclusão

Adotar um modelo baseado em conhecimentos também promove significativamente a equidade no ambiente corporativo. De acordo com os dados da Deloitte, 80% dos executivos afirmam que a adoção de decisões baseadas em conhecimentos pode reduzir os preconceitos em processos de contratação e promoção. Isso contribui para a criação de um espaço mais inclusivo, no qual o conhecimento se torna o principal critério de valorização, ao invés de fatores como tempo de serviço ou rede de contatos.

Além disso, 75% dos respondentes acreditam que esse modelo pode democratizar as oportunidades de carreira e melhorar o acesso a elas.

O modelo skill-based organization não é uma tendência passageira, mas sim uma forma cada vez mais necessária de estruturar as operações nas empresas. O futuro do trabalho será moldado por empresas que saibam identificar e mobilizar os conhecimentos certos, no momento certo, e para o propósito certo.

Aquelas que continuarem presas a modelos antiquados não apenas perderão talentos valiosos, mas também sua relevância no cenário competitivo global.

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Por Karina Rehavia, empreendedora e líder empresarial, com mais de 20 anos de carreira contribuindo para o desenvolvimento e crescimento de iniciativas empresariais de organizações nas áreas de desenvolvimento de negócios internacionais e gestão e liderança de projetos de grande escala. Além do Brasil, já atuou profissionalmente nos EUA, Inglaterra, China e Emirados Árabes Unidos e

 

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Isabel Armani é fundadora e consultora da Thérèse. Isabel tem sido amplamente reconhecida por sua atuação em Design Organizacional e Futuro do Trabalho. Com uma sólida trajetória no mundo corporativo, tem influenciado diversos segmentos e indústrias no país, especialmente nas áreas de estratégias e futuros de Recursos Humanos. Sua carreira é marcada pela liderança em projetos de inovação e experimentação no campo dos Ecossistemas Totais de Talentos.



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Qual é o valor de ter histórias para contar? Para Elias Awad, jornalista e autor de 38 livros, cada registro faz toda a diferença. Inegavelmente, ostenta a honra de ser o maior biógrafo brasileiro sobre empreendedorismo. Esse status faz jus a tudo o que construiu ao longo de sua trajetória.

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E já que histórias não faltam, nada melhor do que ouvir algumas delas, não é mesmo? Portanto, o RH Pra Você Cast de hoje recebe Elias Awad e promete ser fonte de grande inspiração para muitos líderes e profissionais de RH. Enfim, confira agora!

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