Sustentabilidade nas empresas familiares do agronegócio passa pela sucessão planejada eficiente
Há quem diga que o segredo do sucesso no agronegócio está associado a investimentos em tecnologia, diversificação de culturas, cadeia logística, acesso a crédito, qualidade de insumos, fatores da natureza, mas na verdade, há algo crucial, mas ainda pouco falado: a sucessão planejada.
O futuro de uma empresa familiar no setor agrícola não depende apenas do que é cultivado no campo, mas de como o legado empresarial é transmitido de uma geração para outra.
No Brasil, onde o agronegócio desempenha um papel estratégico na economia, esse aspecto frequentemente recebe menos atenção do que merece. O que está em jogo vai além da continuidade das empresas; trata-se do impacto em comunidades inteiras e na sustentabilidade de uma cadeia produtiva essencial para o país.
Sucessão planejada: longevidade e inovação no agronegócio
A sucessão em empresas familiares do agronegócio é um processo que, quando bem planejado, assegura a longevidade dos negócios. No entanto, se negligenciado ou adiado, pode se transformar em um desafio que compromete o futuro da organização.
No setor agropecuário, onde as dinâmicas familiares e empresariais estão profundamente entrelaçadas, a sucessão não é apenas uma transição de liderança. Além disso, é um momento de reinvenção e amadurecimento. Planejar com antecedência é fundamental para que a empresa mantenha sua competitividade e aproveite as oportunidades.
Em países desenvolvidos, a sucessão em empresas familiares é tratada de forma estratégica, com uma visão de longo prazo que combina inovação e tradição. No Japão, muitas empresas familiares do agronegócio implementam planos sucessórios detalhados, com a participação ativa da próxima geração.
A cultura japonesa valoriza a continuidade, preservando o legado enquanto adota práticas modernas. As 'Keiretsu', conglomerados familiares japoneses, são um exemplo notável de planejamento sucessório bem-sucedido, equilibrando tradição e inovação. Assim, garantem a estabilidade e a perpetuação dos negócios agrícolas por várias gerações.
Estratégias globais e desafios locais
Nos Estados Unidos e na Nova Zelândia, o planejamento sucessório em empresas familiares do setor agrícola é estruturado para garantir continuidade e adaptação às transformações.
Nos EUA, conselhos consultivos e comitês desempenham um papel essencial, integrando a nova geração de forma planejada e preparando-a para lidar com inovações.
Na Nova Zelândia, o foco está na sustentabilidade e competitividade, com uma visão estratégica de longo prazo. Ademais, essa visão integra a próxima geração, assegurando a adaptação às novas diretrizes globais. Em ambos os casos, a combinação de governança sólida e práticas inovadoras é crucial para manter a competitividade em um ambiente global dinâmico.
No Brasil, a realidade das empresas familiares no agronegócio ainda apresenta desafios. Apesar de muitos reconhecerem a importância do planejamento sucessório, a implementação de processos estruturados é limitada.
Desafios e benefícios do planejamento sucessório
Dados da KPMG mostram que 55% das empresas familiares brasileiras não possuem um planejamento sucessório formal, o que compromete a continuidade dos negócios e afeta a segurança e a estabilidade das comunidades que deles dependem. Isso resulta em conflitos familiares, falta de inovação e dificuldades na adaptação.
Segundo o professor John Smith, da Kellogg School of Management, a sucessão não deve ser vista apenas como uma troca de liderança, mas como uma oportunidade de fortalecer a empresa.
Um planejamento sucessório bem estruturado permite que as organizações se adaptem às novas necessidades, ampliando sua capacidade de inovação sem perder suas raízes. Transformar o planejamento sucessório em um processo contínuo, que respeite o legado e se prepare para as mudanças, é a chave para o sucesso.
Para garantir uma transição geracional e de gestão bem-sucedidas, as empresas familiares do agronegócio precisam adotar abordagens mais estruturadas. Ademais, essas abordagens devem integrar governança, gestão e inovação.
A transição de liderança é um processo contínuo de desenvolvimento e adaptação. Além disso, implementamos um planejamento sucessório formal, definimos claramente as responsabilidades e formamos líderes preparados para os desafios.
O uso de ferramentas de governança corporativa, como conselhos consultivos e comitês de sucessão, aumenta a transparência e assegura a continuidade dos negócios.
Ao adotar essas práticas, as empresas familiares do agronegócio não só preservam seu legado, mas também se posicionam para enfrentar desafios e aproveitar oportunidades, seguindo o exemplo de mercados mais desenvolvidos.
Por Arnaldo Rebello, consultor sênior da Go Next.
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