Cultura, bem-estar e tecnologia nas empresas: quais possíveis tendências 2025?
Entendo o papel de RH como uma figura que deve saber inovar constantemente e concretizar as mudanças presentes em nossas sociedades. Acredito que possa crescer em continuidade com os progressos culturais e tecnológicos em curso a nível internacional. Além disso, seu desempenho poderá ser avaliado na medida em que consiga acolher positivamente e de maneira harmônica esses desafios dentro da empresa.
O estímulo é governar, monitorar e gerenciar esse fluxo de informações externas e internas de forma estratégica. Dessa forma, o objetivo é ajudar a crescer o negócio de referência e as pessoas.
Este artigo quer abordar alguns âmbitos estratégicos de intervenção dessa figura e fazer perguntas como confronto e reflexão, enfim, tendências 2025.
Cultura
No seu livro “O achatamento da cultura”, o Professor Olivier Roy observa o quanto a cultura – entendida tanto como cultura alta (produções artísticas) quanto como cultura antropológica (significados de uma sociedade) – está se desculturalizando. Ou seja, há uma criação contínua de subculturas que se autonomizam e criam corpos distanciados do imaginário coletivo.
No gerenciamento, o autor destaca o fato de que muitas vezes se tomam como referência práticas e processos de empresas estabelecidas em partes do mundo com culturas diferentes das próprias. No entanto, essas práticas são incorporadas através de um processo de uniformidade e homogeneização. Além disso, não se aprofunda o contexto onde são implementadas. Em vez disso, são transpostas de cima para baixo.
Tendo muito cuidado em promover uma cultura organizacional que incorpore internamente princípios de Diversidade, Equidade e Inclusão, proponho a leitura do artigo publicado na revista Internazionale, intitulado “Os estranhos somos nós”.
A premissa básica é que a psicologia humana, ao estudar os vários comportamentos, se concentrou em pessoas ocidentais, cultas e ricas. Daí, a autora brinca com a palavra “weird”, ou seja, estranho, e a traz sob o acrônimo Western, Educated, Industrialized, Rich, Democratic para indicar seu background cultural.
Cultura e DEIP: importância e reflexões
O artigo aponta que as pessoas pertencentes a diferentes culturas e religiões podem entender a realidade de maneiras diferentes, valorizando suas respectivas peculiaridades.
As pessoas usam métricas distintas:
- para localizar objetos (sistema egocêntrico / alocêntrico),
- ao abordar a vida cotidiana (senso de individualidade / comunidade),
- no modo de raciocínio (analítico / holístico).
Em um contexto de trabalho, a DEIP (Diversidade, Equidade, Inclusão e Pertencimento) pode fazer a diferença em termos de produtividade, engajamento e retenção. Por isso, acredito que é relevante abraçar modos distintos de pensar, compartilhando as próprias experiências. Dessa forma, podemos desenvolver métodos de trabalho abertos, curiosos, serenos e criativos.
Algumas reflexões:
- Qual é a importância de entender o contexto cultural de outros países?
- Como adotar práticas e processos que estejam alinhados com a cultura do país de destino, bem como com a cultura organizacional da empresa?
Para nossos colegas:
- O que vocês querem que seja a cultura?
- Como vocês podem fazer parte dessa cultura?
Bem-estar
Por que você valoriza o bem-estar das pessoas e seu desenvolvimento dentro da empresa? Acredito que é fundamental dar concretude a expressões como “as pessoas em primeiro lugar” ou “as pessoas são o ativo mais importante”, que, caso contrário, podem se tornar meros slogans ou modismos.
A Sociedade Italiana de Psiquiatria destaca que: 15% da força de trabalho mundial sofre de distúrbios mentais; Na Itália, 8 em cada 10 trabalhadores estão em risco de burnout (76% manifestou sintomas de estresse, ansiedade, desinteresse). Além disso, estimativas indicam que ansiedade e depressão causam a perda de 12 bilhões de dias/ano. A produtividade sofre um impacto de 1 trilhão de dólares.
Não é o momento oportuno, em tendências 2025, revisar processos e prioridades? Por exemplo:
- Revisão da hierarquia e da liderança
- Treinamento alinhado à estratégia da empresa e às predisposições do indivíduo
- Autonomia na gestão da semana de trabalho
- Segurança psicológica
- Ambientes de trabalho inclusivos e que promovam o conforto das pessoas
O bem-estar corporativo deve permear o contexto empresarial como uma síntese entre propósito social e propósito econômico.
Tecnologia
É preciso partir de duas premissas para entender como tornar complementares, e não conflitantes, o indivíduo e a tecnologia:
- A produção média por pessoa, ou seja, a produção total dividida pelo total de ocupação;
- A produtividade marginal, ou seja, o valor agregado da pessoa em prol do crescimento da produção.
Com a digitalização dos processos, a primeira pode aumentar (automação = maior velocidade), enquanto a segunda pode diminuir (a pessoa pode se sentir desvalorizada em suas competências).
Como intervir nessa relação para ser inovador e focar no ativo mais importante, as pessoas?
Dando constantemente valor ao segundo ponto, investindo na formação (upskilling e reskilling), flexibilidade e iniciativa dos colaboradores.
Investir em pessoas e tendências 2025
Investir, então, na pesquisa e nas pessoas, não imaginando-as meramente como “consumidores passivos”, mas considerando-as como criadores de pensamento, formas e linguagens. Isso pode ser feito eliminando silos disfuncionais para criar equipes multifuncionais.
Gostaria de concluir o artigo compartilhando algumas tendências 2025 que, na minha opinião, poderão ser preponderantes:
- Garantir um vínculo entre os objetivos da empresa e os objetivos das pessoas;
- Entender como a tecnologia pode melhorar o desempenho das pessoas;
- Dar importância a como o trabalho é realizado, não apenas ao local onde ele é feito;
- Estar ciente de como as pessoas se sentem dentro da organização: destacar os valores e métodos das pessoas (elas se sentem à vontade com quem são e com o que fazem?);
- Não apenas descrições de trabalho impessoais: destacar as competências interpessoais para alcançar os objetivos. Os membros das equipes devem se tornar "job crafters";
- Promover a diversidade, a equidade, a inclusão e o senso de pertencimento dentro da organização.
Por Nicolò Sambugaro, especialista RH na Poste Italiane. Seus desafios atuais: gerir as políticas ativas de trabalho: estabilizações a tempo indeterminado, mobilidade territorial. Apoio a fase de contratação de pessoal temporário, Gestão de Pessoas: apoio na análise e gestão dos percursos de desenvolvimento e Avaliação de desempenho: apoio nos processos de avaliação. Artigo publicado originalmente em 2025 na RISORSEUMANE-HR.IT.
🎧 Ouça o Episódio 52 do PodCast RH Pra Você Cast: “Quando a Resiliência Vira Algo Tóxico?”
A Importância da Resiliência nas Empresas
A resiliência é, hoje, uma das principais exigências das empresas, especialmente para líderes. Aliás, conhecida como a “competência do século”, ela é essencial no ambiente corporativo.
O Que é Resiliência?
Mas, afinal, o que exatamente é a resiliência? Igualmente, até que ponto ela é realmente positiva (ou não) para um profissional?
Resiliência e Ambientes Tóxicos
Desenvolver a resiliência é necessário para lidar com pessoas e cenários tóxicos. No entanto, há limites que não devem ser cruzados, mesmo para os profissionais mais resilientes.
Discussão com Especialistas
Para discutir os benefícios e os malefícios dessa habilidade, o CEO do Grupo TopRH, Daniel Consani, e o jornalista Bruno Piai conversaram com a neurocientista da Santa Casa e sócia-fundadora da Ilumni, Carla Tieppo.
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