O GiroRH de hoje é mais do que especial. Na véspera do Dia Internacional da Mulher, é momento de reforçar temas importantes que impactam diariamente a rotina das mulheres nas empresas brasileiras – aliás, que a data seja um reforço para lembranças que devem ser diárias.

É hora de girar:

Mulher na liderança é sinônimo de sucesso

Nos últimos anos, o avanço das mulheres em cargos de liderança tem sido comemorado com números que mostram crescimento constante - mesmo que a passos curtos. No entanto, mais do que a presença feminina em posições estratégicas, o que realmente importa é entender como essa mudança impacta a gestão, os resultados e a cultura das organizações.

Segundo Eliane Aere, presidente da ABRH-SP, o Dia Internacional da Mulher é o momento ideal para reforçar a discussão sobre o efeito prático e transformador da liderança feminina no mercado de trabalho.

“O aumento da presença feminina no comando traz novas perspectivas para a tomada de decisões, especialmente no que diz respeito à empatia, inclusão e gestão de pessoas. As mulheres costumam ter uma escuta ativa e um olhar mais colaborativo, o que favorece ambientes mais inovadores e sustentáveis a longo prazo”, destaca a presidente.

Para Eliane, o impacto da liderança feminina vai além dos números e é percebido no dia a dia das organizações:

  • Mais diálogo e escuta ativa: gestoras priorizam conversas abertas e feedbacks constantes, criando times mais engajados.
  • Gestão orientada ao cuidado e ao coletivo: decisões que consideram o bem-estar dos colaboradores e a sustentabilidade do negócio.
  • Diversidade como estratégia: mulheres no comando tendem a promover mais ações inclusivas e a valorizar talentos plurais.

Saúde precisa de atenção

O Dia Internacional da Mulher é também uma data para que importantes contextos que envolvem trabalho e saúde das mulheres não sejam deixados de lado. De acordo com um levantamento realizado pela Nexus - Pesquisa e Inteligência de Dados e a TodasGroup, o panorama é de alerta quando o assunto é o bem-estar feminino.

Entre os principais dados, destacam-se:

  • 7 em cada 10 mulheres (71%) abriram mão da saúde física ou de hobbies em prol do trabalho e metade (52%) negligenciou a saúde mental pelo mesmo motivo;
  • Assédio moral ou sexual (47%) e ambiente de trabalho ruim (39%) são os principais fatores que levam uma mulher a sair de uma empresa;
  • Equilíbrio entre trabalho e vida pessoal é a prioridade para quase metade (46%) das mulheres entrevistadas, seguido por saúde mental e bem-estar (40%) e estabilidade financeira e segurança no trabalho (39%).
  • Para as mães, carga mental excessiva (50%) e pressão para provar que são tão dedicadas quanto colegas sem filhos (26%) são os principais obstáculos no ambiente de trabalho.
  • Caso a empresa fosse implementar uma única mudança concreta para mulheres no 8M, 20% das entrevistadas optariam por programas de aceleração de carreira e 18% escolheriam flexibilização da jornada de trabalho.

Em meio a esse cenário, assim como é fundamental as empresas olharem com atenção para a saúde física e ocupacional, a saúde mental não pode ficar de fora da equação. Um estudo da Harvard Business Review aponta que as organizações com programas de bem-estar abrangentes, que incluem a saúde mental, apresentam um desempenho 25% superior em relação àquelas que não investem nessa área.

Investir em saúde mental não é apenas uma questão de responsabilidade social, mas também uma estratégia inteligente para impulsionar o desempenho corporativo. Empresas com soluções bem estabelecidas contam com colaboradores mais engajados, produtivos, criativos e resilientes, contribuindo para um clima organizacional muito mais positivo”, pontua Fatima Macedo, CEO da Mental Clean, co-autora do livro do Caos à Cura e psicóloga especializada em saúde-ocupacional e terapia cognitiva-comportamental.

Sempre bom encontrar inspirações

Bora de um case bacana? A Cogna Educação, empresa com 24 mil colaboradores espalhados por todo o Brasil, tem se destacado pela atuação na promoção da equidade de gênero em cargos de liderança. Atualmente, 63% dos times são formados por mulheres, sendo que 44,3% delas ocupam cargos de liderança.

Ao longo dos anos, o grupo vem investindo cada vez mais em programas de desenvolvimento para impulsionar a carreira de mulheres e gerar mais oportunidades de crescimento profissional. “A ideia é criar um pipeline de talentos femininos em cargos de liderança, para que o atingimento de metas seja sustentável e reconheça colaboradoras internas”, afirma Beatriz Sairafi, Sócia e VP de Gente, Cultura e Comunicação da Cogna.

Entre as principais iniciativas está o Programa de Desenvolvimento de Mulheres na Liderança, que já apoia 20 coordenadoras dos times corporativos com aceleradores de carreira personalizados. O foco está em capacitar e desenvolver habilidades como autoconfiança, protagonismo e alta performance emocional, visando formar líderes dentro da organização.

A Cogna também se comprometeu a atingir 50% de mulheres em cargos de liderança até 2025, em consonância com suas metas ESG – e como parte deste compromisso ingressou no Movimento Elas Lideram 2030, uma iniciativa do Pacto Global da ONU, em parceria com outras instituições, com o objetivo de ter 1500 empresas comprometidas com a paridade de gênero na alta liderança até 2030.

A empresa é reconhecida pelo selo GPTW como uma das 35 melhores empresas do Brasil para as mulheres trabalharem e pelo Women on Board pela presença de mulheres em posições estratégicas.

Tabus precisam ser quebrados

Em meio às discussões sobre equidade de gênero no ambiente corporativo, um aspecto crucial da vida das mulheres segue invisibilizado: a menopausa. Segundo o levantamento "Menopausa e Carreira: desafios e suporte no ambiente profissional", realizado pelo Talenses Group, 74% das mulheres que enfrentam esse período já ocultaram questões físicas e emocionais por medo de discriminação ou demissão.

O tema ainda é um tabu dentro das organizações, o que reforça a necessidade de espaços de diálogo que acolham e contribuam na permanência e bem-estar das mulheres no mercado de trabalho.

O levantamento aponta que apenas 11% das empresas discutem o tema internamente, enquanto 80% dos entrevistados afirmam que o assunto não é abordado dentro da organização. Além disso, somente 5% das companhias oferecem iniciativas de suporte, como rodas de conversa e apoio médico ou psicológico, ainda que 93% dos respondentes acreditem que tratar do tema no ambiente corporativo contribuiria para a retenção de talentos femininos.

“A menopausa impacta diretamente a produtividade e o bem-estar das profissionais e as empresas que desejam construir um ambiente corporativo verdadeiramente diverso e inclusivo, precisam olhar para essa questão com mais seriedade. O levantamento demonstra que há uma lacuna significativa no suporte oferecido às mulheres nesse período da vida e é importante que este tema passe a ser levado em consideração dentro das agendas de inclusão”, afirma a TopVoice do Linkedin, Isis Borge, diretora-executiva da Talenses e sócia do Talenses Group.

A Quaker Houghton, por exemplo, criou uma campanha de conscientização e políticas de flexibilidade durante a menopausa como forma de apoio. O Banco da Irlanda, por sua vez, adotou uma licença remunerada de 10 dias por ano para as mulheres durante o período. Em Londres, em algumas instituições, há também licença-menopausa, e também áreas de temperatura controlada para ajudar no controle dos sintomas. A Microsoft, a NBA e a Abercrombie também são exemplos de empresas que estão trabalhando para dar suporte para mulheres no enfrentamento da menopausa.

“A menopausa deve ser vista como uma oportunidade para fortalecer a liderança feminina no mercado de trabalho, visto que mulheres que enfrentam essa fase geralmente têm mais de 45 anos, e podem somar com experiência e segurança nas tomadas de decisão,” pontua a médica ginecologista especialista em modulação hormonal e menopausa, Dra. Beatriz Tupinambá.

Viva quem faz a diferença

Para finalizar o nosso GiroRH de hoje, faremos um destaque especial ao nosso time incrível de mulheres que fazem parte dos colunistas do RH Pra Você. Verdadeiras referências em suas áreas, são mulheres que inspiram milhares de pessoas e organizações e são ícones na construção de ambientes de trabalho cada vez mais diversos, inclusivos, saudáveis e produtivos.

Um obrigado a vocês:

GiroRH

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Por Bruno Piai